EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA ___ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO Y, NO ESTADO X
Fulano de tal, brasileiro, estado
civil, profissão, RG nº..., CPF nº..., residente e domiciliado na rua..., vem,
por seu advogado, infra-assinado, com procuração anexa e endereço profissional
na rua..., onde serão encaminhadas as intimações do feito, propor AÇÃO POPULAR
COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA em face de,
·
Município
Y, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ nº..., com sede na rua...;
·
Ciclano,
nacionalidade, estado civil, agente público, RG nº..., CPF nº..., residente e
domiciliado na rua...; e
·
Beltrano,
nacionalidade, estado civil, publicitário, RG nº..., CPF nº..., residente e
domiciliado na rua...,
pelos fatos e fundamentos a seguir:
DO CABIMENTO
É cabível a propositura da presente
ação com fulcro no Art. 5º, inciso LXXIII da Constituição Federal e Art. 1º e
seguinte da Lei nº 4.717/65 por se tratar de ato lesivo ao interesse público.
DOS FATOS
O prefeito do Município de Y realizou
contratação direta do publicitário, ora terceiro Réu, para realização dos
serviços institucionais da prefeitura, bem como da sua publicidade pessoal quando
da realização de obras públicas. O ato de contratação direta foi justificado pelo
prefeito sob o argumento de que o objeto da contratação se tratava de serviço
técnico de notória especialização, não necessitando de procedimento licitatório
por ser considerado inexigível com base na Lei nº 8.666/93.
DA ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA
O Art. 5º, §4º da Lei nº 4.717/65 c/c
273 do CPC estabelece como requisitos para concessão de tutela antecipada à
verossimilhança das alegações e o fundado receio de dano irreparável.
O fundado receio de dano irreparável
decorre do fato de que o contrato foi celebrado ilegalmente e se encontra
vigente, causando prejuízo ao interesse público.
A verossimilhança das alegações se
baseia na ausência de licitação, na inobservância do Art. 25, inciso II da Lei
nº 8.666/93 e pela violação ao princípio da impessoalidade elencado,
notadamente, no Art. 37, caput, e §1º da Constituição Federal.
Portanto, é imprescindível a suspensão
do contrato firmado entre o Poder Público e o Particular.
DO MÉRITO
Primeiramente, o Art. 37, §1º da
Constituição Federal estabelece a ilicitude da propaganda institucional que
faça menção a nome de governantes. Vejamos:
“A
publicidade dos atos, programa, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridade ou servidores públicos”.
Tal dispositivo é corolário do
princípio da impessoalidade estampado no caput
do Art. 37 da Constituição Federal.
Com efeito, quando o agente público
realiza obra não é a pessoa dele, agente, que está atuando, mas o próprio Poder
Público manifestando a sua vontade, consoante a teoria do órgão.
Na situação em apreço, a contratação
foi celebrada com a intenção de fazer propaganda pessoal do agente público e
não com o fim estabelecido pela Carta Magna, que é a satisfação do interesse
público.
Sendo assim, nulo é o contrato firmado
pelo prefeito e o publicitário, em razão do seu objeto.
Ademais, o Art. 37, inciso XXI, da
CF/88 estabelece a obrigatoriedade de procedimento licitatório para os contratos
firmados pelo Poder Público.
Por sua vez, o Art. 25, inciso II, da
Lei nº 8.666/93 não admite a alegação de inexigibilidade de licitação para a
contratação de serviços de publicidade.
Logo, a contratação direta efetivada pelo
prefeito é despida de respaldo legal e o contrato, ora impugnado, firmado
diretamente com o Poder Público é ilícito.
DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer:
a) a citação dos Réus para que, querendo,
contestar o feito no prazo de lei;
b) a antecipação dos efeitos da tutela
com a suspensão do contrato, ora impugnado;
c) a confirmação da tutela antecipada
com a procedência dos pedidos, determinando a anulação da contratação efetivada
e condenação dos Réus ao ressarcimento ao erário por eventuais danos causados
aos cofres públicos.
d) a produção de todos os meios de
provas admitidos em direito e necessários à solução da controvérsia, inclusive
a juntada do título de eleitor que comprova a qualidade de cidadão do Autor;
e) a condenação dos Réus aos ônus da
sucumbência;
f) a intimação do Ilustríssimo
representante do Ministério Público para atuar como fiscal da lei;
Dá-se à causa, o valor de R$...
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB/...
..................................
Dispositivos aplicados
-
Art. 5º, §4º da Lei nº 4.717/65 c/c 273 do CPC;
-
Art. 37, inciso XXI da CRFB;
- Art. 37, §1º da CRFB;
-
Art. 37, caput, da Constituição
Federal;
-
Art. 25º, inciso II da Lei nº 8.666/1993.
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